
A noite é um bosque de lívidos horrores,
Um hibernáculo de rostos desfolhados,
Lábios em pétalas, cadáveres de flores...
E mesmo quando o céu mostra seus níveos prados
Entre os fuscos sorrisos das estrelas várias,
E o horizonte sangra qual pele açoitada
Prefaciando o livro das ânsias diárias,
Inda amedronta-me a flora da madrugada:
Seus arbustos contorcidos em vis gemidos;
As altas copas sombreando ermos atalhos,
Murmurando vozes e gestos comovidos;
A sonolência das folhas nos pétreos galhos.
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